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sábado, 6 de setembro de 2014

Funai suspeita que índios isolados buscaram contato após agressão

Via: Movimento indígena

O Blog Resistência Indígena Continental publica esta matéria mas não aceita a versão de que os índios isolados estariam roubando objetos, a cena dos dois índios isolados retirando o machado (cf. vídeo gravado pela FUNAI) mostra que eles estão pedindo ajuda e levando a ajuda material da qual necessitam.

http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2014/08/funai-suspeita-que-indios-isolados-buscaram-contato-apos-agressao.html

12/08/2014 18h07 - Atualizado em 12/08/2014 18h15

Funai suspeita que índios isolados buscaram contato após agressão

Órgão acionou Itamaraty para apurar se 'pressão' partiu de não-índios do Peru.
Em vídeo que mostra contato, isolados levam machados e outros utensílios.

Lucas SalomãoDo G1, em Brasília
Índios isolados fazem contato no Acre (Foto: Divulgação/Funai)Índios isolados fazem contato no Acre
(Foto: Divulgação/Funai)
A presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Augusta Assirati, afirmou nesta terça-feira (12) haver relatos de que índios isolados recentemente encontrados no Acre buscaram contato com outros indígenas por pressão e agressões contra eles por parte de não-índios, possivelmente do Peru – o país faz fronteira com a região.

No último dia 30 de junho, funcionários da Funai registraram em vídeo o que teria sido um dos primeiros contatos de três índios isolados com indígenas ashaninkas, na Aldeia Simpatia, da Terra Indígena Kampa e Isolados do Alto Rio Envira, próximo ao município de Feijó.

Em entrevista concedida à imprensa nesta terça, Assirati disse que já pediu informações ao Peru, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, em busca de informações sobre possíveis pressões sobre os isolados do lado peruano.
"Não temos como confirmar. Estamos fazendo um processo de investigação e precisamos que conte com o apoio do lado do governo peruano, justamente para identificar quais são as pressões e de onde têm vindo", afirmou.
"Não tem indícios e não podemos afirmar que as pressões estão vindo do lado do Peru. Em identificando as pressões, que elas venham a ser enfrentadas conjuntamente pelos dois governos", completou.
Índios isolados são aqueles que não têm contato com o mundo exterior, normalmente por opção própria. A política atual da Funai para os isolados é deixá-los viver em isolamento enquanto assim preferirem.
No vídeo gravado por funcionários da Funai, é registrado saque de machados e outros utensílios dentro da aldeia.
O coordenador-geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Funai, Carlos Lisboa Travassos, acredita ser "pouco provável" que qualquer ação de pressão do lado brasileiro tenha sido motivo para o contato. Ele afirmou que há relatos dos índios isolados de que homens armados em território não brasileiro teriam matado alguns integrantes da etnia.
Travassos disse ainda que não sabe se outros índios chegarão à base da Frente de Proteção Etnoambiental (FPE) Xinane, local onde estão 24 indígenas. "A gente não sabe exatamente se vão chegar mais ou não. Também a gente não sabe se eles vão permanecer lá ou se vão querer retornar para a aldeia deles."
Segundo o coordenador-geral, a base do Xinane, reativada no dia 7 de julho, precisa de melhorias na estrutura "para garantir um melhor atendimento" aos indígenas. "Falta de alimentação não existe. A gente tem mantido um deslocamento e a tendência é melhorar cada vez mais a estrutura."
No vídeo, alguns isolados aparecem com ferramentas de metal. Segundo a Funai, elas podem ter sido furtadas de pessoas que circulam pela floresta, como madeireiros ou outros moradores próximos, ou podem ter sido deixadas por funcionários do órgão, para evitar que eles busquem contato para tentar obtê-las e acabem se envolvendo em algum incidente.
O primeiro contato
No início de junho, os ashaninkas da aldeia Simpatia entraram em contato com a Funai relatando a presença e movimentação de índios isolados próximo à comunidade. A Frente de Proteção Etnoambiental Envira se deslocou para o local em busca de vestígios de isolados e, ao confirmar a presença, implementou o plano de contingência previsto para situações de contato.
Segundo Travassos, o primeiro contato, feito de forma indireta, no dia 26 de junho, foi realizado na base da Funai, quando dois índios isolados foram avistados próximos ao rio, mas apenas no dia 29 foi realizado o primeiro contato direto, já na Aldeia Simpatia. Nos dia seguinte, houve outro contato, registrado em vídeo, que mostra o instante em que um índio entrega um cacho de bananas aos isolados.
Os isolados retornaram no dia 5 de julho, segundo Travassos, e chegaram a contrair gripe, foram tratados e retornaram para suas malocas, dentro da mata. Segundo a coordenadora da Secretaria Especial de Saúde, Danielle Cavalcante, os sete índios isolados que pegaram gripe já estão "em bom estado de saúde". "Não teve nenhuma alteração nos resultados dos exames. Estão curados e já foram imunizados. Não houve nenhuma manifestação que nos dissesse que essa gripe tenha passado para os outros", afirmou.
Atualmente, a equipe da Funai que mantém contato com os índios isolados conta com três interpretes, quatro servidores da fundação, dois médicos, enfermeira e técnico de enfermagem da Secretaria Especial de Saúde Indígena, além de três colaboradores de apoio.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Primeira Conferência Mundial sobre Povos Indígenas da ONU

Via: Movimento Indígena

http://www.onu.org.br/primeira-conferencia-mundial-sobre-povos-indigenas-em-setembro-e-destaque-em-forum-permanente-da-onu/

Povos indígenas se reunirão na ONU na primeira conferência sobre seus direitos, em setembro de 2014. Foto: ONU
O representante norte-americano do Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Assuntos Indígenas, Grande Chefe Edward John afirmou que a primeira conferência mundial sobre o tema – a ser realizada em 22 e 23 de setembro – pautou as discussões da 13ª sessão do evento, cuja conclusão é esperada para esta sexta-feira (23).
“Parte do desafio”, disse nesta quinta-feira (22), referindo-se à situação dos 370 milhões de povos indígenas pelo mundo, “é fazer com que os Estados entendam a natureza dos dilemas dos povos indígenas em todas as regiões onde vivem. A mensagem principal é que precisamos melhorar as condições socioeconômicas desses indivíduos e, para tanto, tomar medidas ativas.”
“O maior desafio continua sendo o impacto no desenvolvimento, especialmente ‘nas terras e territórios dos povos indígenas’ conforme estabelecido na Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas “, disse  o Chefe John.
“Estamos cientes de que ainda enfrentamos diversos desafios na efetivação dos direitos dos indígenas. Da língua à terra, da pobreza à representatividade, inúmeros desses povos ainda enfrentam discriminação, exploração e desproporcional impacto pelos males sociais”, enfatizou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em seu discurso de abertura do evento.
Representantes indígenas pediram aos Estados-membros e a ONU para que respeitem seu direito a uma integral, direta e efetiva participação na preparação da Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas, um dos destaques do Fórum Permanente – que também abordou temas como a boa governança, a Ásia como lar de dois terços das populações indígenas e a agenda de desenvolvimento global após 2015.
Fórum Permanente sobre Questões Indígenas foi estabelecido pelo Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC) em julho de 2000 e oferece recomendações sobre questões indígenas para o Sistema das Nações Unidas.
Estima-se que existam mais de 370 milhões de povos indígenas espalhados por 70 países  em todo o mundo.